segunda-feira, maio 12, 2008

Quem tudo merece

Quando decidi criar este blog, fi-lo com a intenção de ser uma espécie de diário sobre mim e sobre o Mundo que me rodeia. Na infância, não tinha este hábito de escrever, mas, ao longo dos anos, o gosto pela escrita foi ganhando força e, à falta de trabalho nesta área, usei este espaço para dar a conhecer o meu eu por palavras.
O nosso blog é o espelho das nossas emoções, do nosso mundo íntimo e comum... É uma parte de nós. E, como tal, depois dos vídeos do meu amor, não podia deixar de expressar o que sinto hoje, um dia após a despedida do Rui Costa. Bem sei que o SLBlog seria o local ideal para escrever o que sinto, mas as minhas emoções não se cingem ao mundo desportivo. Mesmo quem não liga ao futebol, sabia o que ontem acontecia e quem se homenageava. Tenho o privilégio de poder dizer que estive, na Luz, para a despedida do Maestro. Eu e mais 54.421 mil pessoas que souberam dar o devido valor à carreira, à humildade, à classe e ao amor de um jogador pela sua profissão.
Estava entusiasmada para o início do jogo, mas custou-me vê-lo terminar. As emoções ficaram ao rubro assim que o Rui Costa entrou para o aquecimento. Aquela empatia que sempre teve com os adeptos será, por um lado, difícil de igualar nos tempos de hoje, e é, por outro, difícil de explicar. Fala-se em Rui Costa e todos os benfiquistas vêem um reflexo do que foi o Benfica Glorioso e do que ainda pode ser. Quando ninguém sabe definir a Mística Benfiquista, diz-se Rui Costa... e é suficiente.
As lágrimas surgiram quando, no ecrã do estádio, pudemos recordar o percurso do número 10. As declarações de familiares, de colegas de profissão, dos seus ídolos, dos seus filhos... tão simples e tão bonito. As equipas entraram pouco depois no relvado e a tarja da bancada Sapo (piso 0) espelhava aquilo que todos (todos mesmo, independentemente das cores clubísticas) lhe queríamos dizer: "Obrigada, Rui!". O Maestro aguentou as lágrimas, agradeceu as homenagens espalhadas por todas as bancadas, saltou com os gritos das claques, bateu palmas aos adeptos... Fez uma festa dentro da sua festa porque a merecia!
A quatro minutos do fim, fechou-se um ciclo. De pé, 54.422 mil espectadores aplaudiam com emoção (e gratidão) o último número 10 dos tempos modernos: Rui Costa. Nunca assisti à saída de um jogador de campo tão bela quanto aquela. Com os olhos carregados de lágrimas, vi a forma sentida como Nuno Gomes, Cardozo, Katsouranis, Luisão, EdCarlos, Leo, Quim, Maxi Pereira, Rodriguez e Bynia se despediram de um símbolo do clube. Até jogadores do Setúbal fizeram questão de o cumprimentar e aplaudir... De facto, tal como um adepto do Vitória dizia, num cartaz: "Jogadores fantásticos como Rui Costa não têm cor"... e não têm! É bom sabê-lo.
O adeus fez-se com uma última volta pelo relvado e, com a generosidade que se lhe conhece, distribuiu camisolas com o seu número. Nem o sector dos adeptos do Setúbal foi esquecido. Aceitou cada cachecol, cada cartaz, cada abraço que lhe quiseram dar... Estava feliz, sim, porque estava entre os seus. Nós, benfiquistas, também estávamos: prestámos-lhe uma homenagem condigna que será recordada para sempre nos anais da História do Sport Lisboa e Benfica. Obrigado nós, Rui Costa!... E o coração acalmou...

1 comentários:

Não contive as lágrimas por quatro ou cinco vezes... foi uma despedida bonita e cheia de emoção.

Vou recordar para sempre mais um grande momento da história do nosso clube. Mais um!