Ontem, estive a ver a repetição do programa Eixo do Mal (passa aos sábados à noite, na SIC Notícias). Moderado por Nuno Artur Silva (director das Prod. Fictícias), participam também Clara Ferreira Alves (colunista), Daniel Barbosa (blogger e porta-voz do BE), José Júdice (colunista) e Luís Pedro Nunes (criador do caderno Inimigo Público). Confesso-vos que o debate de anteontem foi dos mais interessantes e equilibrados até agora. Como não podia deixar de ser, a temática principal foi o desaparecimento de Maddie, mas outros temas, nacionais e internacionais, vieram também a lume.
Ponto de partida: Madeleine McCann continua desaparecida. Todos compreendemos o drama da família, as horas de angústia por que passam... Contudo, todos os participantes do programa não deixaram de condenar a actuação dos britânicos, sobretudo pelas críticas de que a nossa polícia tem sido alvo. Ninguém pode negar que tudo foi – e continua a ser – feito para se encontrar a pequena Maddie. As buscas foram minuciosas, demoradas e abrangeram áreas bem mais vastas do que para outros casos semelhantes. A Polícia Judiciária interrogou todas as pessoas que achava necessário, seguiu todas as pistas e continua agora a trabalhar, de forma mais discreta, para que a menina seja entregue sã e salva aos pais. Agradecemos o apoio da polícia britânica, mas acho que estamos a dar bem conta do recado... Quem nos dera que a pequena Joana tivesse tido direito aos mesmos meios humanos e técnicos.
As críticas não se cingiram aos ingleses. O dedo foi também apontado aos portugueses, nomeadamente por dois aspectos. Primeiro, pela mediatização do acontecimento, o que fez com que, de hora a hora, fôssemos ‘bombardeados’ com directos que não acrescentavam nenhuma informação. O resultado desta banalização do directo foi a saturação dos telespectadores relativamente ao assunto. Segundo, pela colonização inglesa que se verifica na Praia da Luz, onde já nem os habitantes nacionais falam português com os portugueses. Isto é, no mínimo, ridículo...
Mas nem só de Maddie se falou... O caso Esmeralda também foi discutido, na semana em que, finalmente, o sargento Luís Gomes saiu da prisão. A questão focou-se, sobretudo, no acórdão dos juízes do Tribunal de Coimbra que considera que o sargento Gomes e a esposa, ao darem nome e estabilidade, trataram a pequena Esmeralda como um “animal de estimação” (estou a citar!). Animal de estimação??? Clara Ferreira Alves não hesitou em dizer: “Há muitos pais biológicos que tratam os filhos como animais. Estes quiseram dar amor, estabilidade, carinho e nome à criança que adoptaram e tratam como animal de estimação...” Mas será que os nossos juízes estão parvos???? É por causa de juízos de valor deste tipo que, semanalmente, as nossas páginas de jornais são preenchidas por casos de meninas violadas por familiares, mortas por conhecidos ou que simplesmente desaparecem sem deixar rasto. Neste caso da Esmeralda, o sargento Luís Gomes bem pode agradecer à comunicação social (e, posteriormente, à opinião pública) não estar a cumprir a pena de seis anos a que foi condenado... Quanto querem apostar que, se este caso não tem vindo para os jornais, ele cumpriria a pena? Afinal, quem é que, no seu perfeito juízo, não pune um homem que quis dar amor, carinho, uma família, segurança e um nome a uma criança abandonada pela mãe e preterida pelo pai??!?!!?!!
Escrito por:
Cristina
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Actualidade
2 comentários:
Quem levou a criança cometeu um crime horrendo, mas os pais por muito que estejam a sofrer também são culpados, porque deixaram uma menina de 3 anos e 2 bebés sozinhos por 1 hora. Isso é negligência e no nosso país é crime. Têm sorte em não serem julgados...
By: Li on 14/05/07, 14:16
Concordo, sublinho, apoio. O nosso país às vezes prova que não tem ponta por onde se lhe pegue... Já basta a desconsideração internacional de que somos alvo, e ainda nos enterramos mais com alguns assuntos... Beijinhos, cunhada!
By: Flor de Lotus on 16/05/07, 21:01
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