quinta-feira, janeiro 31, 2008

O pseudo-salvador Durão

Num país tão pequeno e cinzento, ainda há coisas que me conseguem surpreender pela sua originalidade. Hoje, chego ao trabalho e dou de caras com a candidatura de Durão Barroso a Nobel da Paz... Antes de mais, não é a primeira vez (e pelo andar da carruagem não será a última) que digo que este Nobel é puramente político. O objectivo do prémio já se perdeu há algum tempo e ninguém quer admitir isso. Ano após ano, vai-se arranjando alguém mesmo que os comuns mortais não saibam como o premiado lutou pela Paz.
Este ano, surgiu a candidatura do Durão Barroso, nosso ex-primeiro e actual presidente da Comissão Europeia. Esta candidatura foi proposta por Ramos-Horta mercê do "cherne" ter «trabalhado no sentido de um diálogo pacífico» (noticia aqui). E depois? Meus senhores, isto fazem milhões de pessoas todos os dias sem ganhar rios de dinheiro para isso. O que me anima é que há mais candidaturas e talvez o júri tenha o bom senso para escolher algum premiado (ou alguma coisa) que, de facto, tenha marcado positivamente a Humanidade.
Uma coisa posso garantir desde já (só para o caso do júri do Nobel da Paz dar aqui uma espreitadela), Durão Barroso manteve o país de tanga e tirou a paz a 10 milhões de portugueses. Mesmo longe, continua a fazer-nos mossa...

4 comentários:

Concordo quando dizes que este prémio está a tornar-se cada vez mais político (como, infelizmente, se estão a tornar muitas áreas da nossa actividade). E isso só serve para o descredibilizar... Por exemplo, não gostei que o Al Gore tivesse ganho o último Nobel.
De qualquer modo, duvido muito que o cherne ganhe...

Ainda antes do Natal ia de carro com os meus sogros e ouvimos na rádio que o Ramos-Horta ia propor o nome de Durão Barroso para Nobel da Paz. Ficamos todos de boca aberta e, na verdade, nunca achei que fosse para frente. É a vida!

Nem sequer devia era haver prémio. Para "lutar" pela paz não se deve receber nada em troca.
Estes prémios são uma estúpidez.

Pois... mas o Ramos-Horta não deixa de ter a sua razão. Apesar de todas as asneiras que fez (a Cimeira dos Açores foi só a mais mediatizada), não nos podemos esquecer do seu papel no processo de Paz e Independência de Timor-Leste. Foi ele que lançou as bases para o trabalho finalizado por António Guterres, sobretudo no que diz respeito à colocação do tema na agenda política internacional.
Durão Barroso não será, provavelmente, o fulano que mais merece este prémio, mas também já houve laureados bem piores (alguns até custa a crer que foram sequer nomeados). Por outro lado, não nos podemos esquecer que Ramos-Horta é timorense, sendo lógico que exerça o seu direito nomeando personalidades que tenham feito algo pela paz no seu próprio país.

E, já agora, porque raio é que quem luta pela paz não deve receber nada em troca?